Fotos : ASPAFF EM AÇÃO

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Incêndios florestais no Piemonte da Diamantina se aproximam das Ruínas das Figuras

O fogo ainda atinge localidades de Jacobina, Miguel Calmon e Caém

Há cerca de um mês, o Piemonte da Diamantina sofre com os incêndios florestais. Localidades do município de Jacobina, Miguel Calmon, Caém (confira gravação), Saúde e Mirangaba foram as mais afetadas. No Parque Estadual das Sete Passagens (Pesp)estimam-se mais de 40 hectares destruídos pelo fogo, até o momento. Entre Caém e Jacobina, as chamas têm se aproximado das ruínas da Igreja das Figuras, importante construção da época áurea do garimpo, idealizada pelo desbravador Romão Gramacho, que já foi palco para grandes celebrações. 


Ruínas das Figuras. Foto: Eugênio Junior

O lugar faz parte da rica história regional e está rodeado por rios, sendo, ainda, reduto de descobertas arqueológicas. “Qualquer dano ali seria irreparável! Estamos com um projeto de transformar o lugar em uma unidade de conservação, que mantenha o seu patrimônio histórico, artístico e cultural, além de beleza cênica. Isso vai além do tombamento”, declara o promotor de justiça Pablo Almeida.  
 
Em Mirangaba, voluntários, brigadistas, guardas municipais e bombeiros conseguiram debelar os focos no início da semana passada. Na região das Cachoeiras da Jaqueira/Arapongas e da famosa Véu de Noiva, ambas no distrito de Itaitu, principal ponto turístico da região, que faz divisa com o Parque, o fogo já foi controlado. No entanto, ainda passam por combate a comunidade Jabuticaba, situada nos arredores da mineradora Yamana Gold, em Jacobina, ao lado da Coreia (assista ao vídeo) e da Serra do Cruzeiro, em Itaitu, e de localidades do município vizinho Caém. Entre Jacobina e Miguel Calmon, já são mais de 800 hectares devastados pelos incêndios ou sob sua influência. 

Foto: Saulo Côrte

Segundo o geólogo Carlos Victor Rios, que integra o Comitê de Gerenciamento de Crise, instaurado no início da semana passada, em Jacobina, para implantar plano de ação emergencial contra os incêndios florestais na região, há preocupação com o acúmulo de matéria orgânica, que pode ser chamada de turfa. “Sob certas circunstâncias e com o tempo geológico adequado, essa turfa se transforma em carvão mineral, liberando gás metano,  que é inflamável. Um incêndio em uma turfa faz com que o fogo queime e se propague no subsolo de forma lenta  por dias ou meses e por grandes extensões. Por isso é preciso muita atenção para evitar que os incêndios retornem, caso não sejam devidamente umedecidos", alerta.

Foto: Saulo Côrte

Voluntários da Associação de Ação Social e Preservação das Águas, Fauna e Flora da Chapada Norte (ASPAFF), acompanhados por brigadistas da mineradora e de Jaguarari (Jaguatirica), bombeiros de Juazeiro, integrantes do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) - Regional Senhor do Bonfim, funcionários do Pesp, das agências Eco Sistema Adventure e Simões Turismo, Prefeitura de Miguel Calmon e Cooperativa Recicla Jacobina, além de moradores, revezam-se no combate. Um helicóptero Esquilo com bambi-bucket (bolsa própria para armazenamento e lançamento de água) chegou à região na quarta-feira, 16, mas ainda não foi utilizado, primeiramente por problemas técnicos, em seguida, pelas condições de voo (fortes ventos), o que dificulta o transporte de mantimentos e materiais para os combatentes. As prefeituras de Jacobina e Miguel Calmon têm contribuído com a alimentação e ajudado na logística dos brigadistas e equipes de apoio. A Prefeitura de Caém está se articulando para oferecer o mesmo apoio, enquanto o Inema também auxiliou os grupos com a doação de equipamentos. 

Combatentes em Itaitu. Foto: Saulo Côrte

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) informou, na semana passada, que irá instaurar inquérito civil para apurar os motivos da falta de adoção de controle de queimadas, prevenção e combate na região. O órgão já disponibilizou 25 rádios de comunicação, bem como veículos e servidores para auxílio administrativo. As defensorias da Bahia e da União entraram em cena e ajuizaram uma ação civil pública, requerendo material e pessoal para controlar o fogo em toda a Chapada Diamantina. Nessa sexta-feira, 18, em virtude do não cumprimento da medida, as instituições ingressaram com o pedido de execução de multa. Diante desse contexto, o promotor Pablo Almeida ajuizou ação cautelar, deferida nesse domingo, 20, pelo juiz plantonista Luís Henrique Araújo, para que os municípios de Jacobina, Miguel Calmon, Caém e Mirangaba recebam mais dois helicópteros modelo Esquilo, dois aviões Air Tractor, 30 barômetros (destinado à medição da direção e intensidade dos ventos), 50 equipamentos de proteção individual (EPIs) completos - incluindo macacões, botas, máscaras, abafadores, enxadas, facões - e 50 trabalhadores rurais para fazer aceiro, limpeza do terreno para impedir acesso do fogo. As responsabilidades serão divididas entre o governo do estado e a mineradora Yamana Gold (50% para cada um), no prazo de 48 horas, sob pena de multa diária no valor de R$ 100 e 500 mil, respectivamente. A medida deve continuar enquanto houver fogo e 24 horas após ser declarado oficialmente cessado pelo Comitê de Gerenciamento de Crise.

Foto: Saulo Côrte

Faça a sua parte!
As equipes estão precisando da sua ajuda com alimentos, água, equipamentos de proteção e combate, especialmente botas. Nos municípios de Miguel Calmon e Jacobina, as secretarias de meio ambiente estão recebendo doações. Neste último, o Ginásio de Esportes e a Universidade do Estado da Bahia (Uneb) também são pontos de coleta. Clique aqui e participe do financiamento coletivo que integra a campanha “SOS Piemonte da Diamantina”!

Turismo & Natureza

Alguns municípios do Piemonte da Diamantina fazem parte do roteiro turístico Chapada Norte. Suas dezenas de cachoeiras, grutas, sítios arqueológicos, espaços propícios para a prática do ecoturismo e esportes de aventura, a exemplo do rapel, da escalada, do mountain bike, motocross e voo livre, atraem turistas de diversas regiões do país, bem como estrangeiros. Apesar de o turismo ainda estar se desenvolvendo na região, opções não faltam para os visitantes. Além do Parque Estadual das Sete Passagens, o distrito de Itaitu, em Jacobina, conhecida como a “Cidade do Ouro” ou “Cidade-Presépio”, é a principal escolha dos aventureiros, com seu clima bucólico, rodeado por serras e cachoeiras. A mais famosa é a Véu de Noiva: 60m de altura e ótimo poço para banho, chamada de Cachoeira do Clarindo pelos nativos, em homenagem ao antigo dono de suas terras.


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Incêndios florestais continuam no Piemonte da Diamantina


Incêndios florestais no Piemonte da Diamantina já comprometem unidade de conservação



Divulgação: Assessoria de Comunicação da ASPAFF Chapada Norte


sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Incêndios florestais continuam no Piemonte da Diamantina

O fogo chegou ao Parque Estadual das Sete Passagens (Pesp), em Miguel Calmon, e ainda atinge outros municípios, como Jacobina e Caém

O mês de dezembro começou em chamas para os moradores do Piemonte da Diamantina. Parte do seu patrimônio natural tem sido consumido por incêndios florestais, com destaque para localidades do município de Jacobina; Miguel Calmon, onde está o  Parque Estadual das Sete Passagens (Pesp), que já teve mais de 40 hectares destruídos; Saúde e Caém (confira gravação do sobrevoo na manhã desta sexta-feira). Em Mirangaba, voluntários, brigadistas, guardas municipais e bombeiros conseguiram debelar os focos no fim da tarde de terça-feira, mas mantêm o monitoramento para evitar reignição.

Nessa quinta-feira, 17, o fogo na Grota da Dona Antônia (Pesp); na comunidade Jabuticaba, situada nos arredores da mineradora Yamana Gold, e na região da Jaqueira/Arapongas, cachoeira do distrito de Itaitu, ponto turístico da região que faz divisa com o Parque, foi controlado, mas ações de rescaldo e monitoramento permanecem.

Focos intensos ainda são vistos na comunidade Coreia (assista ao vídeo), em direção ao Piancó, e nas proximidades da famosa Cachoeira Véu de Noiva, ambas em Itaitu. Os brigadistas precisam de reforços e materiais, especialmente rastelos, enxadetes e botas. Entre Jacobina e Miguel Calmon, já são quase 800 hectares devastados pelos incêndios ou sob sua influência. A meta é debelá-los o quanto antes para iniciar o combate nos municípios vizinhos, principalmente em Caém.

Segundo o geólogo Carlos Victor Rios, que integra o Comitê de Gerenciamento de Crise, instaurado no início desta semana, em Jacobina, para implantar plano de ação emergencial contra os incêndios florestais na região, a maior preocupação é de o fogo se alastrar pelos vales, comprometendo a rica biodiversidade regional. “Também nos preocupa  a saúde das nascentes de Itaitu, que alimentam rios e cachoeiras, pois as queimadas podem  comprometer o abastecimento de água do entorno e as atividades turísticas.  Esse importante reduto ecológico pede socorro!”, alerta.

Voluntários da Associação de Ação Social e Preservação das Águas, Fauna e Flora da Chapada Norte (ASPAFF), acompanhados por brigadistas da mineradora e de Jaguarari, bombeiros, integrantes do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) - Regional Senhor do Bonfim, funcionários do Pesp, das agências Eco Sistema Adventure e Simões Turismo, Prefeitura de Miguel Calmon e Cooperativa Recicla Jacobina, além de moradores, revezam-se  no combate. Um helicóptero Esquilo com bambi-bucket (bolsa própria para armazenamento e lançamento de água) chegou à região na quarta-feira, 16, mas ainda não foi utilizado, primeiramente por problemas técnicos, em seguida, pelas condições de voo (fortes ventos), o que dificulta o transporte de mantimentos e materiais para os combatentes. A Prefeitura de Jacobina tem contribuído com a alimentação e ajudado na logística dos brigadistas e equipes de apoio, enquanto o Inema, com a doação de equipamentos.

O Ministério Público da Bahia informou, na manhã de segunda-feira, 14, que irá instaurar inquérito civil para apurar os motivos da falta de adoção de controle de queimadas, prevenção e combate em Jacobina e Miguel Calmon. O órgão já disponibilizou 25 rádios de comunicação, bem como veículos e servidores para auxílio administrativo.  As defensorias da Bahia e da União também estão em cena e ajuizaram uma ação civil pública, requerendo material e pessoal para controlar o fogo em toda a Chapada Diamantina. Dentre as determinações, estão veículos, kits de combate, apoio aéreo e brigadistas.

Segundo o promotor Pablo Almeida, é preciso que a população se mobilize e contribua mais, diante da dimensão do problema. “As principais dificuldades são de recursos materiais. Principalmente apoio aéreo com força total! Fiz questão de acompanhar o trabalho em campo para sentir as dificuldades e ter uma melhor percepção do que poderia ser mais útil. Se o bambi não conseguir bom resultado, irei judicializar, solicitando, pelo menos, dois helicópteros com esse equipamento efetivo, dois aviões e a chegada do material prometido pelo governo do estado. Vejo o esforço de todos e reconheço o heroísmo das instituições, mas o combate irá entrar na terceira semana...”, lembra.







Faça a sua parte! 
As equipes estão precisando da sua ajuda com alimentos, água, equipamentos de proteção e combate. Nos municípios de Miguel Calmon e Jacobina, as secretarias de meio ambiente estão recebendo doações. Neste último, o Ginásio de Esportes e a Universidade do Estado da Bahia (Uneb) também são pontos de coleta.

Clique aqui e participe do financiamento coletivo através da plataforma online Kickante. Ajude na prevenção e no combate aos incêndios que assolam a região. 

Turismo & Natureza 

Alguns municípios do Piemonte da Diamantina fazem parte do roteiro turístico Chapada Norte. Suas dezenas de cachoeiras, grutas, sítios arqueológicos, espaços propícios para a prática do ecoturismo e esportes de aventura, a exemplo do rapel, da escalada, do mountain bike, motocross e voo livre, atraem turistas de diversas regiões do país, bem como estrangeiros. Apesar de o turismo ainda estar se desenvolvendo na região, opções não faltam para os visitantes. Além do Parque Estadual das Sete Passagens, o distrito de Itaitu, em Jacobina, conhecida como a “Cidade do Ouro” ou “Cidade-Presépio”, é a principal escolha dos aventureiros, com seu clima bucólico, rodeado por serras e cachoeiras. A mais famosa é a Véu de Noiva: 60m de altura e ótimo poço para banho, chamada de Cachoeira do Clarindo pelos nativos, em homenagem ao antigo dono de suas terras.

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Divulgação: Assessoria de Comunicação da ASPAFF Chapada Norte

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Incêndios florestais no Piemonte da Diamantina já comprometem unidade de conservação


O fogo chegou ao Parque Estadual das Sete Passagens (Pesp), em Miguel Calmon, e vem sendo combatido por profissionais e voluntários

Nesta época do ano, em que as altas temperaturas e o clima seco são comuns, a Chapada Diamantina revive um capítulo negativo em sua história: os incêndios florestais! Ocasionados, em geral, pela ação humana, os focos começam pequeninos, mas logo se alastram por grandes áreas, causando a devastação da fauna e flora, além de comprometer, diretamente, os mananciais, que dependem da mata nativa para a sua manutenção. O El Niño persiste e dificulta a ocorrência das chuvas tão esperadas.

No lado norte da região, especificamente no município de Jacobina, tudo começou em meados do mês passado, quando uma moradora do bairro da Bananeira, situado a poucos minutos do centro da cidade, foi queimar o lixo doméstico e perdeu o controle da situação. Pindobaçu, no Piemonte Norte do Itapicuru, também registrou focos de incêndio em novembro. O mês de dezembro mal começou e os moradores do Piemonte da Diamantina veem parte do seu patrimônio natural ser consumido, novamente, pelo fogo! Ao lado de Jacobina, Miguel Calmon, Caém e Saúde sofrem com as chamas. Em Mirangaba, voluntários, brigadistas, guardas municipais e integrantes do Corpo de Bombeiros de Juazeiro conseguiram debelar os focos no fim da tarde de terça-feira, mas mantêm o monitoramento para evitar reignição.

Linha de fogo nas proximidades da Coreia e do Piancó. Foto: Amilton Mendes
Dentre as áreas mais críticas no momento, está o Parque Estadual das Sete Passagens (Pesp), em Miguel Calmon, unidade de conservação (UC) essencial para garantir o potencial hídrico da região. No seu interior e entorno, existem várias nascentes, que desembocam em cachoeiras e alimentam rios, como o Itapicuru-Mirim, afluente da Bacia do Itapicuru. Constituindo um dos remanescentes da Mata Atlântica, o Parque se caracteriza como Refúgio Biológico, possuindo áreas com grande necessidade de preservação ambiental. A exuberante vegetação é reduto dos campos rupestres, bioma característico na Chapada e conhecido pela sua biodiversidade, e de animais ameaçados de extinção, como o macaco-prego-do-papo-amarelo.

Os principais focos de incêndio na UC estão na Grota da Dona Antônia. Conforme Zélis Pereira, gestor do Pesp e integrante da Diretoria de Unidades de Conservação do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), nessa quarta-feira, mais de 40 pessoas estiveram empenhadas no combate. “O mesmo fogo está queimando a nascente da Véu de Noiva [cachoeira mais visitada do distrito de Itaitu, pertencente a Jacobina]. Provavelmente, com a chuva da segunda-feira, um raio ocasionou o incêndio”, sinaliza.

O governo da Bahia já decretou estado de emergência em mais de duzentos municípios do estado por conta da estiagem. No momento, o território do Piemonte aguarda análise do reconhecimento pelo governo federal.

Série "Rastros da destruição". Foto: Saulo Côrte

Foto: Saulo Côrte

Foto: Saulo Côrte

Ao combate!

Voluntários da Associação de Ação Social e Preservação das Águas, Fauna e Flora da Chapada Norte (ASPAFF), acompanhados por brigadistas da mineradora Yamana Gold, com sede em Jacobina, integrantes do Corpo de Bombeiros de Juazeiro, do Inema - Regional Senhor do Bonfim, funcionários do Pesp, da agência Eco Sistema Adventure, da Prefeitura de Miguel Calmon e da Cooperativa Recicla Jacobina, além de moradores do entorno, revezam-se  nas serras entre Miguel Calmon e Itaitu.  As prefeituras também estão empenhadas no combate e têm disponibilizado veículos e profissionais.

Um helicóptero Esquilo com bambi-bucket (bolsa própria para armazenamento e lançamento de água) chegou à região ontem, 16, mas por problemas técnicos ainda não pôde ser utilizado. Cerca de 10 brigadistas de Jaguarari também desembarcaram em Itaitu para reforçar o combate nessa quarta-feira. As proximidades das cachoeiras Piancó, Arapongas/Jaqueira e das comunidades Coreia e Jabuticaba são o foco do combate. A técnica de aceiros, desbaste da mata, vem sendo utilizada para evitar que a matéria orgânica facilite a propagação do fogo. A meta é debelar os focos o mais rápido possível para seguir em direção a Caém e Saúde, onde também estão acontecendo incêndios.


Foto: Luís Cláudio

Foto: Luís Cláudio

Brigadistas partindo para o combate. Foto: Amilton Mendes

Apoio logístico do Corpo de Bombeiros de Juazeiro. Foto: Richard Silva

Unindo forças

O Ministério Público da Bahia informou, na manhã de segunda-feira, 14, que irá instaurar inquérito civil para apurar os motivos da falta de adoção de controle de queimadas, prevenção e combate na região. O órgão já disponibilizou 25 rádios de comunicação, bem como veículos e servidores para auxílio administrativo. A decisão foi anunciada em reunião ocorrida no Centro Cultural de Jacobina, quando também foi instaurado um Comitê de Gerenciamento de Crise, com membros de diversas instituições, para implantar plano de ação emergencial. Segundo o promotor Pablo Almeida, o incêndio foi originado na área da mineradora da cidade por ação ilegal de garimpeiros que invadem o local para explorar ouro sem autorização.

De acordo com Paulo Henrique Muricy, associado da ASPAFF e ex-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Itapicuru, a ocasião está sendo oportuna para cobrar do estado um protocolo de combate a incêndios. “Queremos mostrar a necessidade de ampliar o Parque Estadual das Sete Passagens e a política atual de combate, que prioriza áreas com risco de morte, em que há presença de comunidades, e unidades de conservação. Algumas áreas no entorno do Pesp são tão ricas quanto às do Parque e precisam ser preservadas!”, comenta.

Para o promotor Pablo Almeida, é preciso que a população se mobilize mais e contribua, diante da dimensão do problema. “As principais dificuldades são de recursos materiais. Principalmente apoio aéreo com força total. Somente o helicóptero Esquilo, já foi um ganho de logística, pois ele conseguiu pousar em todos os lugares com foco de incêndio e transportar mantimentos para os brigadistas - o que não havíamos conseguido nos últimos dois dias. Ou seja, somente agora temos um equipamento ideal para o terreno! Ontem o fogo não foi completamente debelado por ausência do bambi. Se ele funcionar hoje, a quinta-feira será o dia ‘D’ do combate!”, pontua.

Reunião de Planejamento. Foto: Richard Silva

Faça a sua parte!

Na porção central da Chapada Diamantina, foi no mês de setembro que os primeiros focos apareceram, em localidades de Andaraí, Mucugê e Palmeiras, especialmente nos Gerais do Vieira, trilha certa para quem faz o famoso trekking do Pati. Lençóis, Ibicoara, Seabra e Itaetê também foram assolados pelo fogo, sendo que, em alguns lugares, os focos ainda são intensos. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) estima entre 10 e 20% de destruição no interior do Parque e em outras unidades de conservação do seu entorno. Uma ação civil pública, ajuizada pelas Defensorias da Bahia e da União, requereu fornecimento imediato de material e pessoal para controlar o fogo na Chapada. Dentre as determinações, estão veículos, kits de combate a incêndio, apoio aéreo e brigadistas.

“Se a partir desta quinta-feira, a gente observar que não surtiu o efeito desejado no combate aos incêndios, vamos ter que alegar o descumprimento da liminar, além de judicializar novamente. Hoje será um divisor de águas! Como a seca vem sendo frequente na região, será muito importante que esse comitê se perpetue. Novos pontos poderão surgir a qualquer momento. Se todos estiverem cientes de como agir, tudo ficará muito mais fácil”, explica a defensora pública da Comarca de Jacobina, Diana Suedde.

Segundo o geólogo Carlos Victor Rios, que integra o Comitê de Gerenciamento de Crise, as informações preliminares, obtidas a partir da análise de imagens aéreas, apontam para mais de 700 hectares de destruição no Piemonte da Diamantina.  “Esperamos que esse número não aumente nos próximos dias!”, enfatiza.

As equipes estão precisando de ajuda com alimentos, água, equipamentos de proteção e combate, a exemplo de botas e abafadores. Nos municípios de Miguel Calmon e Jacobina, as secretarias de meio ambiente estão recebendo doações. Neste último, o Ginásio de Esportes e a Universidade do Estado da Bahia (Uneb) também são pontos de coleta.

Clique aqui e participe do financiamento coletivo através da plataforma online Kickante. Ajude na prevenção e no combate aos incêndios que assolam a região. 

DADOS BANCÁRIOS (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL)
 AG. 0634  |  C/C. 28.715-5
 OPERAÇÃO 013
 ASPAFF CHAPADA NORTE
 CNPJ 09.596.440/0001-28



Turismo & Natureza

Alguns municípios do Piemonte da Diamantina fazem parte do roteiro turístico da Chapada Norte. Suas dezenas de cachoeiras, grutas, sítios arqueológicos, espaços propícios para a prática do ecoturismo e esportes de aventura, a exemplo do rapel, da escalada, do mountain bike, motocross e voo livre, atraem turistas de diversas regiões do país, bem como estrangeiros. Apesar de o turismo ainda estar se desenvolvendo na região, opções não faltam para os visitantes. Além do Parque Estadual das Sete Passagens, o distrito de Itaitu, em Jacobina, conhecida como a “Cidade do Ouro” ou “Cidade-Presépio”, é a principal escolha dos aventureiros, com seu clima bucólico, rodeado por serras e cachoeiras. A mais famosa é a Véu de Noiva: 60m de altura e ótimo poço para banho. Também é chamada de Cachoeira do Clarindo pelos nativos, em homenagem ao antigo dono das terras.

Divulgação: Assessoria de Comunicação da ASPAFF Chapada Norte